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Conheça a técnica de hiperfotografias

  • Foto do escritor: Renato Simões
    Renato Simões
  • 27 de out. de 2015
  • 3 min de leitura

Fotos: Jean François Rauzier

O fotógrafo francês Jean François Rauzier desenvolve uma técnica autoral jamais antes vista produzindo incríveis hiperfotografias. Essas imagens passam por um longo e complexo processo de criação, são manipuladas em computador e algumas delas alcançam um volume que pode sugerir uma escultura bidimensional. A obra de Rauzier dialoga com o cubismo, o mosaico, o surrealismo, o barroco e a escultura bidimensional com muita intensidade onde depois de impressas em formatos enormes, suas imagens intensificam o mundo sobre o qual ele lança seu olhar. Com o computador ele fabrica uma hipercolagem onde em cada uma de suas obras são reunidas inúmeras imagens fotografadas durante suas viagens, criando uma espécie de casamento entre o macro e o micro, o virtual e o real assim como o imaginário.

Desta maneira ele nos mostra uma versão original e excepcional das cidades, das paisagens e dos assuntos que ele aborda. O espectador é convidado à caça aos detalhes e se ele vê tudo ao mesmo tempo, estando todos os elementos de memória do tema abordados em uma única imagem. Confira a entrevista com o fotógrafo:

Portal Photos: Como começou a sua história com a fotografia?

Jean François Rauzier: Quando tinha 12 anos, um tio me levou para seu quarto preto a fim de mostrar o processo de ampliações de fotos. Quando vi aparecer devagar a imagem no papel molhado dentro do ‘banho’, um retrato, tive a impressão de assistir a um milagre. Desde então, o lado da magia da fotografia me fascinou. Rapidamente me inscrevi numa escola de fotografia em 1974 e como a foto não era reconhecida uma obra de arte, eu trabalhei como fotografo numa agência de propaganda. PP: Quando teve inicio com esse tipo de trabalho e como foi que descobriu?

J: Fiquei frustrado de não ser reconhecido como artista e de não controlar totalmente o processo de criação. Quando a tecnologia digital chegou, eu tive a oportunidade de me transformar em um artista. Eu tinha a ferramenta tão desejada. A hiperfoto é uma necessidade de adiar os limites da capacidade da fotografia de apanhar o real. Eu fotografo tudo que é possível num lugar, a partir de todos os ângulos, detalhes, e restituo tudo numa imagem só, para descrevê-la completamente.

PP: Quanto tempo demora para finalizar uma de suas imagens?

J: No inicio, no ano 2000, precisava mais de seis meses. Agora preciso de um período entre uma e três semanas dependendo da complexidade da hiperfoto. O poder de computadores aumentou muito, minha técnica melhorou muito também. Tenho assistentes e uma biblioteca enorme de imagens.

PP: Que tipo de material você usa para executar o projeto de imagem como as suas?

J: O material igual ao de tudo mundo. Uma boa câmera, um bom objetivo, um computador potente, um software como Autopano e Photoshop. Por isso preparamos uma foto coletiva com tudo mundo no site que funciona de forma colaborativa onde qualquer pessoa por enviar sua foto para que eu a transforme numa hiperfoto brasileira! O fotógrafo que chega ao Brasil em agosto para abrir uma turnê de exposições, começando pelo Rio de Janeiro no Museu Histórico Nacional e finaliza em São Paulo, em 2017. Ano que vem estará em Brasília e Salvador. A mostra que teve curadoria do francês Marc Pottier, foi intitulada Hiperfoto-Rio e apresentará 31 imagens deslumbrantes com a técnica. Além das fotografias a exposição também apresenta a obra “City Never Sleeps” 2015 – um vídeo teaser sobre uma hiperfoto de 1km. Mais informações aqui.


 
 
 

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